A informação tem um
caráter duplo, tanto numa perspectiva de matéria-prima ou produto, tendo em
vista sua utilização em todos os momentos do processo de produção e
disseminação do conhecimento. O ciberespaço, por sua vez, tem muito a
contribuir nesta trajetória comunicacional adotada em todos os segmentos da
informação, em especial a governamental, que vem passando por profundas
mudanças implementadas pelas assessorias de imprensa.
Sabe-se que o ciberespaço e a comunicação governamental
fazem parte de uma interface contemporânea que permeia o tempo e o lugar
vivido, seja ele real ou virtual, que passará a prefigurar os atores sociais de
uma sociedade espetacularizada com intuito de elucidar uma cultura
participativa, que a partir das transformações tecnológicas e mercadológicas
começam a fazer parte de um novo paradigma em que as novas mídias interagem de
forma complexa alterando a relação com os meios de comunicação, relações políticas,
sociais e culturais ao criar permanência e comunicação do poder local.
Deste modo, as plataformas de redes sociais já se tornam
utilizadas em larga escala por várias organizações governamentais, que aplicam
novas formas de levar informação ao seu público-alvo criando espaços de
diálogos nas organizações a fim de dar oportunidade a cada indivíduo de falar e
ser ouvido, apartir de um feedback rápido
e interativo que a internet hoje nos oferece enquanto sociedade em rede.
Nesta perspectiva, tanto a comunicação pública como
organizacional e institucional assumem um papel informativo em prol do
interesse coletivo, criando um fluxo comunicativo entre instituições e
sociedade. Sendo assim, Habermas (2003) defende que a integração de um fluxo
informacional a uma sociedade se dê por meio do poder comunicativo dos cidadãos
que a compõem. Para que haja percepção e articulação de medidas importantes
para todos, os sistemas se valem de uma linguagem comum, utilizada na esfera
pública política e no sistema político.
Participação e interação
Mesmo em meio à “era midiática” que se contrasta com
prática de uma comunicação governamental atrasada principalmente quando se
trata do papel de emitir informações de interesse público, assumindo a missão
de adotar diferentes estratégias e métodos informacionais eficientes, capazes
de atrair o público desejado, o que hoje representa um encargo considerável ao
se constatar as mutações que atravessam a esfera da comunicação governamental.
A assessoria de imprensa, por sua vez, entra como canal
de importante responsabilidade, tornando-se o mediador entre estes meios,
provocando assim o uso da linguagem como uso da palavra articulada, escrita, ou
um meio de comunicação entre as pessoas e o próprio meio. Em outras palavras, a
convergência midiática entra em discussão como fronteira do consumo midiático
hibridizado pela internet, permitindo ao usuário o consumo de diferentes mídias
de forma integrada. É nesta revolução comunicativa que surgem novas formas de
comunicação e interação; a abertura desse novo espaço de comunicação,
intitulado de ciberespaço, constitui a essência paradigmática da cibercultura,
fenômeno causado pela relação entre sociedade e novas tecnologias que
democratizou a visualização e a publicação de informações, nunca antes
possibilitada por outra mídia (Amoroso, 2008).
Desse modo, hoje, um dos grandes desafios das assessorias
de imprensa que realizam o trabalho de comunicação governamental nas
prefeituras é, sem sombra de dúvidas, o “reconfigurar-se” no ambiente virtual,
tanto de plataformas de redes sociais online e no contexto atual onde se
percebe a mudança de comportamento e anseios da sociedade por uma comunicação
mais democratizada, promovendo um estreitamento nas relações entre o público e
a gestão pública.
Além dos conflitos comunicacionais e da sociedade em
rede, deve-se atender a demanda e procura de usuários por novidades nos
serviços que ora são utilizados. Participação e interação se tornam primordiais
para aproximar-se das necessidades e desejos dos internautas, o ato de permitir
o compartilhamento de algo, passa a ser um meio de interação. Assim, a
comunicação pública e governamental é desenvolvida para estimular essa
participação e criar espaços que apresentem resultados de produção e
inteligência coletiva que, por sua vez, encontram um ambiente favorável ao
crescimento do ciberespaço e da cibercultura.
* Rodolpho Raphael de Oliveira Santos é professor,
jornalista e especialista em mídias digitais, comunicação e mercado
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